Acusado de jogar namorada do 8º andar de prédio se recusa a fornecer DNA para investigação
25/04/2025
(Foto: Reprodução) Advogado réu por matar namorada em 2022 alega falhas na investigação, afirmando que local do crime não foi isolado. Novo acesso ao apartamento para análise técnica será realizado nesta sexta-feira (25). Novidades no caso Carolina Magalhães, que morreu em 2022
O advogado Raul Rodrigues Costa Lage, acusado de jogar a namorada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães do 8º andar de um prédio no bairro São Bento, em Belo Horizonte, se recusou a fornecer material genético à Justiça, para elucidação do caso.
Raul se tornou réu na Justiça pelo crime em novembro de 2024. O caso aconteceu em 2022 e foi tratado como suicídio até o ano passado, quando houve nova análise dos elementos e denúncia do Ministério Público. (relembre o caso abaixo)
Segundo os advogados, o réu havia se colocado à disposição para colaborar com a coleta de DNA durante a fase de investigação. No entanto, após análise dos autos, a defesa alegou "graves violações à cadeia de custódia", como a não preservação da cena do crime e a circulação de pessoas no apartamento onde a vítima foi encontrada morta.
Por essa razão, os representantes de Raul afirmaram que não há como garantir a confiabilidade do material que possa ter sido coletado no local e informaram que Raul não entregará voluntariamente seu material genético.
Ainda na manifestação protocolada no processo, a defesa pediu à Justiça que reabra o prazo para apresentar novos quesitos às perícias técnicas.
Os advogados argumentam que só poderão formular as perguntas adequadas depois de ter acesso aos objetos das perícias, como o apartamento, os dados extraídos dos celulares, imagens originais e equipamentos de vídeo.
Além disso, a defesa solicitou que a nova visita ao apartamento ocorra também durante o período noturno. A justificativa é que os fatos investigados aconteceram à noite, e que uma análise técnica apenas diurna pode comprometer as conclusões da perícia.
Nesta sexta-feira (25), uma nova análise técnica será realizada no apartamento, mas durante o dia.
"As violações das provas no local do crime ocorreram na noite, em que, depois de ter matado minha irmã, ele saiu limpando o apartamento inteiro, lavando as manchas de sangue, botando o lençol na máquina de lavar, eliminando provas. Essa recusa de fornecimento de material genético dele só depõe contra ele e mostra que ele tem algo a esconder", afirmou Demian Magalhães, irmão de Carolina.
"Hoje foram realizadas diligências para detalhamento da dinâmica do evento que matou Carolina. Cada vez mais, as evidências desmentem Raul e confirmam a hipótese de homicídio. Ele já não se dispõe a fornecer material genético para exames e sua defesa passa ser a leviana tentativa desqualificar Carolina e a prova que o incrimina", disse a defesa da família de Carolina.
Raul, por sua vez, sustenta que é inocente.
EXCLUSIVO: Fantástico tem acesso às câmeras de segurança que registraram morte de advogada em MG
Raul Rodrigues Costa Lages
Reprodução/OAB-MG
Relembre o caso
Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, de 40 anos, morreu na noite de 8 de junho de 2022 após cair do oitavo andar do prédio onde morava com o namorado, no bairro São Bento. Inicialmente tratada como suicídio, a morte passou a ser investigada como feminicídio.
A Polícia Civil concluiu que Carolina foi jogada da varanda do apartamento. De acordo com o inquérito, o suspeito alterou a cena do crime antes de acionar a portaria.
Na época, Raul afirmou que não estava no apartamento, que ela havia se jogado e não foi conduzido à delegacia. Entretanto, as novas análises das câmeras de segurança desmontaram essa versão.
A delegada responsável pelo caso, Iara França Camargos, afirmou que essas imagens foram fundamentais para contestar a versão apresentada pelo advogado, que alegava não estar no apartamento no momento da queda.
A perícia apontou que, após Carolina ser derrubada e ficar desacordada, o suspeito limpou o local, colocou roupas de cama na máquina de lavar, retirou a tela de proteção da varanda e descartou o material. A vítima foi, então, lançada pela abertura. Não foi possível determinar se ela já estava morta ao cair.
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público em novembro de 2024, mais de dois anos após a morte, e Raul Rodrigues Costa Lages se tornou réu por homicídio qualificado. A vítima deixou dois filhos.
Carolina da Cunha Pereira França Magalhães morreu aos 40 anos e deixou dois filhos.
Reprodução/redes sociais
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